Projetada pelo arquiteto ucraniano Gregori Warchavchik (1896 -1972), para abrigar sua própria residência (ele então recém-casado com Mina Klabin, filha de um grande industrial da elite paulistana), a casa gerou forte impacto nos círculos intelectuais e na opinião pública em geral, com a publicação de artigos em jornais dos mais diversos espectros políticos, favoráveis ou contrários à nova orientação estética proposta.
A construção foi tida como exemplar de uma nova postura no âmbito da arquitetura, descrito no primeiro manifesto – “Acerca da Arquitetura Moderna” – redigido pelo próprio Warchavchik. Destituída de qualquer ornamentação e formada por volumes prismáticos brancos, a obra era tão impactante para a época que, para conseguir obter aprovação junto à prefeitura, o arquiteto apresentou uma fachada toda ornamentada e, quando concluiu a obra, alegou falta de recursos para completá-la. Além da edificação, mereceu destaque o jardim, projetado por Mina Klabin, devido ao uso pioneiro de espécies tropicais.
A família residiu ali até meados dos anos 1970, quando decide vender a propriedade. Em 1983 entra em cena uma construtora com o projeto de implantar na área um condomínio residencial combatido imediatamente pela população local, que cria a Associação Pró-Parque Modernista, se mobilizando pela defesa da casa e de sua área verde.
Em 1984, o Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo) tomba o conjunto, seguido pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e, posteriormente, pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo). Com isso, o empreendimento se inviabiliza e os proprietários entram na justiça contra o Estado. O processo demora dez anos para ganhar uma sentença e, nesse período, a Casa Modernista se deteriora.
Somente nos anos 2000 são realizados projetos e obras para a recuperação do imóvel, divididas em uma primeira etapa entre 2000 e 2002 e, posteriormente, entre 2004 e 2007. Trabalhos emergenciais foram realizados para a reabertura do parque e da casa em agosto de 2008, contando com programação musical e equipe de educadores patrimoniais, sob coordenação da Divisão do Museu da Cidade de São Paulo.
Em dezembro de 2011 foi contratado um projeto executivo para o restauro e a adequação da casa e das edículas, contemplando a valorização dos bens existentes, a implantação de espaços de convivência no parque, a adequação à acessibilidade e a criação de um espaço de referência para o estudo do modernismo em São Paulo, buscando diversificar o público visitante. A Casa Modernista localiza-se na Rua Santa Cruz 325, no bairro da Vila Mariana zona sul da capital e está aberta para visitação de terça a domingo, das 9h às 17h.