Curto-Circuito com Carlinhos Moreno

Vitória Régia convidou o ator para um giro rápido com a gente e ele topou na hora!
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(VR) Quando foi sua estreia como ator profissional?

(CM) A minha estreia profissional foi junto com o Grupo Pod Minoga (grupo liderado pelo diretor, autor e artista plástico Naum Alves de Souza) no teatro Eugênio Kusnet, com o espetáculo “Folias Bíblicas”. Primeiro trabalho profissional, registrado na carteira, tiramos DRT e tudo. Isso aconteceu em 1977.

(VR) E como artista plástico?

(CM) Eu nunca me considerei exatamente um artista plástico profissional. A minha formação também nesta área foi com o Pod Minoga. Porque lá a gente trabalhava com teatro e artes plásticas ao mesmo tempo. Depois eu fiz faculdade de arquitetura, mas nunca trabalhei realmente como arquiteto. O que eu fazia, na época, se chamava programação visual. O equivalente agora ao design gráfico. Cheguei até a fazer uma pós-graduação nessa área. Então, falando profissionalmente, eu trabalhei mesmo foi como designer gráfico. Isso paralelamente ao trabalho em teatro, nos anos 80.

(VR) Qual a diferença em se apresentar apenas cantando, como você faz nos divertidos espetáculos da série “Florilégio”?

(CM) Eu acho que quando fizemos, eu e a Mira Haar, os dois “Florilégios”, na verdade a gente não estava ali só cantando. Tinha um personagem por trás de cada um de nós também. Este era o nosso subtexto para estar lá e justificar toda a nossa “cantoria”.  Porque nós não somos cantores, nós somos atores fazendo o papel de cantores.  Na nossa concepção seria como se dois grandes artistas da antiga Era do Rádio se encontrassem naquele palco. Tipo o Cauby Peixoto e a Ângela Maria! A gente entrava no palco com essa postura, jamais seria simplesmente um show de cantores. Eram dois personagens. No nosso segundo espetáculo, contamos também com a participação da maravilhosa Patrícia Gaspar (depois substituída por Adriana Fonseca).

(VR) Como foi seu envolvimento com o legendário espetáculo “Falso Brilhante” de Elis Regina (1975)?

(CM) Eu tive a grande honra e o privilégio de participar da equipe do lindo “Falso Brilhante”, com a Elis Regina. A Miriam Muniz, que dirigiu o espetáculo, chamou o Naum Alves de Souza para fazer os cenários e figurinos. Daí, ele montou uma equipe com a gente, lá do Pod Minoga. Nós do grupo éramos seus assistentes de figurino e cenografia. A gente fez de tudo um pouco. Ajudamos na confecção das roupas, na montagem dos cenários, no adereçamento, nos bonecos… Enfim, em tudo.

(VR) Algum projeto especial no futuro ou algum personagem que gostaria muito de ainda viver (ou autor que gostaria de interpretar)?

(CM) Projeto? Bom, eu tenho algumas ideias… Mas eu ando muito preguiçoso! Então, não tem nada assim mais concreto pra eu dizer. E quanto a algum personagem, na verdade, eu tenho pretensão de ainda um dia, quem sabe, fazer um Moliére, na linha da comédia. Ou um Ariano Suassuna, que é também maravilhoso! E quando eu acho que eu posso ser um ator dramático, eu gostaria de fazer um Nelson Rodrigues. Ou um Beckett! Mas não sei se eu levo jeito pra isso. (risos)

Obrigado, Carlos Moreno por este Curto-Circuito com a gente!

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